Muitas meninas, antes de toda esta parafernália
tecnológica do mundo moderno, já embalaram seus sonhos abraçadas a uma boneca
de pano.
Não é a toa que um
dos mais conhecidos autores de contos infantis, Monteiro Lobato, deu vida a uma
delas. Emília.
Saindo do mundo da
literatura infantil, hoje encontramos em Itararé, uma mulher que também faz
bonecas de pano feito Tia Anastácia.
Com linha, tecido,
agulha e enchimentos, Maria Edinéia Müsel dá asas aos sonhos e fantasias de
muitas meninas e consegue encantar também os adultos.
Aproximadamente há
dez anos, Maria Edinéia Müsel, 48, resolveu realizar um sonho seu e de sua
filha, ou seja um book. “Na época, não tínhamos dinheiro e minha filha mais
velha, Maria Thereza, hoje com 27 anos, me ajudava a confeccionar pano de
prato”, diz Edinéia.
O problema,
segundo Edinéia, é que ela já havia feito o book de sua filha e precisava
pagá-lo. Foi quando Maria Thereza deu a ideia de fazer uma boneca de pano. “Eu
costurei e ela pintou. Mas a primeira ficou horrível”, comenta Maria Edinéia
que acrescentou “mesmo assim continuamos a insistir, pois precisávamos pagar as
fotos”.
Conta Edinéia que
a segunda boneca ficou melhor e emprestou R$ 60 do marido para poder aumentar a
quantidade e conseguiram montar trinta delas, além de algumas bolsas de pano.
Coincidentemente
naquele ano teve uma das festas de peão de Itararé, e elas conseguiram um
espaço para expor o seu trabalho junto à casa do artesão. “Nós conseguimos
vender em dois dias todas as bonecas e bolsas que confeccionamos, além de
aceitar encomendas para o final da festa.
Foi um sucesso que
nem nós esperávamos e nos animou a continuar produzindo bonecas”.
Com o dinheiro das
bonecas e das bolsas, a artesã pagou o tão sonhado book das filhas e foi
aperfeiçoando suas criações. “Fomos a São Paulo, compramos mais material e
demos início à confecção. Com isso até decidimos parar com os panos de prato e
nos dedicamos às bonecas”, diz Edinéia.
Maria Edinéia é
casada com Fábio Veiga, 49, e tem mais dois filhos, Mariane, 23, e Lucas, 21,
mas o lado artístico e da habilidade ficou apenas com as duas.
Hoje, Maria
Edinéia costura e monta as bonecas sozinha, pois sua filha Maria Thereza
formou-se em administração e trabalha em Sorocaba/SP. “Ela sempre me ajudou nos
finais de semana, pintando o rostinho das bonecas. Quando minha filha não pode
vir a Itararé, eu mesma pinto, mas não é o meu forte”, diz a artesã.
Para quem observa
o trabalho de Maria Edinéia, logo percebe o capricho e os detalhes com que esta
artesã procura dar as suas peças. O fato de ser feito artesanalmente, faz com
que cada boneca tenha uma forma e um acabamento diferente. “Eu não faço
pensando em deixar tudo igual, apenas a expressão facial é que deixamos
parecido, mas mesmo assim não é igual”, afirma Edinéia.
No expositor de
sua casa existem Emílias, bonecas de vários times paulistas, bruxinhas com suas
vassouras voadoras e até mesmo uma boneca de cor. Esta boneca de cor, a artesã
fez a primeira sob encomenda para alguns clientes na FIAJER – Feira de
Artesanato e Renda em Sorocaba. “Foi algo muito interessante, pois ela é uma
das mais vendidas, embora dê um pouco mais de trabalho, porque tanto nas mãos
quanto nos pés eu procurei fazer o detalhe dos dedos e ficou bem diferente das
que normalmente faço”, diz Edinéia.
Hoje, suas bonecas
são vendidas, praticamente todas, em Sorocaba, através de sua filha mais velha
que atende pedidos realizados na empresa onde trabalha. “Aqui em Itararé, eu
vendia as bonecas chaveiro para as floriculturas da cidade. Praticamente todas
elas recebiam as minhas bonequinhas”, diz Edinéia.
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